Saitama Style
Publisher: BANDAI-Namco
Developer: Spike Chunsoft
Gênero: Fighter (Luta)
Plataformas: XBox One, Playstation 4, Microsoft Windows
One Punch
Começando a vida como um webcomic viral em 2009, One Punch Man é uma celebração e uma sátira de ficção de super-heróis. O criador, apropriadamente chamado One, imaginou a história de um herói que já era o melhor. Cansado de ser capaz de derrotar todos os inimigos que ele enfrenta com um soco, o protagonista Saitama se preocupa mais com a falta de descontos nos repolhos de supermercado do que com as ameaças mundiais iminentes. A piada é que, embora o nível de poder do nosso herói seja absurdo, ele é tão inepto na vida que todo mundo pensa que ele é um perdedor. O mundo está cheio de heróis ridículos e monstros aterrorizantes que causam destruição devastadora na cidade, enquanto Saitama luta para pagar sua próxima refeição.
Após uma adaptação de anime de grande sucesso, One Punch Man: A Hero Nobody Knows, da Spike Chunsoft, oferece uma proposta curiosamente com dois gumes. Os personagens e histórias deste universo são tão hilariantes e legais que jogá-los em um game é uma perspectiva tentadora. No entanto, como uma história, na qual um herói pode derrotar qualquer coisa com um único golpe, pode ser uma experiência sustentável?
Mas é legal de jogar?
Uma maneira pelos quais os desenvolvedores conseguem resolver isso é transformar o jogo em um tipo de RPG para um jogador. Em vez de seguir a rota tradicional dos lutadores, você cria um personagem personalizado e o conduz a uma história que incorpora todos os principais jogadores da Associação de Heróis, enquanto rola paralela aos eventos dos arcos da história da série.
Assim como o recente Dragon Ball Z: Kakarot (e a série XenoVerse), você corre por aí fazendo missões para os cidadãos em perigo, atualizando seu personagem e desbloqueando trabalhos para progredir na história principal. O aumento do nível de "contribuição da cidade" o torna disponível para missões de história, o que, por sua vez, ajuda a subir no ranking de heróis. Previsivelmente, a maioria das missões resulta em combate, e é aqui que você passa a maior parte do tempo.
As lutas são batalhas de três em três que colocam você e os heróis de One Punch Man contra uma galeria de demônios, mutantes e alienígenas. É uma briga de arena com movimento 3D, como já vimos em outros games da Bandai, sem novidades. A mecânica de combate é simplista, mas satisfatoriamente explosiva. Infelizmente, as lutas épicas da série não são totalmente reproduzidas. Mas o desenvolvedor faz o melhor possível para recriar a bela arte de Yusuke Murata (que supervisionou o design de personagens do jogo). Ataques são desferidos com força retumbante, enquanto lances e 'movimentos matadores' desencadeiam ataques especiais devastadoramente estilosos. Boletins de notícias aparecem na tela para indicar eventos que causam perigos na arena, adicionando mais emoção e táticas novas. Uma esquiva bem cronometrada desencadeia uma dramática animação de evasão. É desajeitado e impreciso, mas sem dúvida é divertido.
Fora as lutas, vale a pena?
Por mais emocionantes que as batalhas possam ser, há um loop um tanto tedioso nas seções da cidade do jogo. As missões são pontuadas por distrações divertidas, como projetar seu apartamento e explorar as opções de personalização, mas isso não distrai da repetição. Até o sistema social, no qual você faz amizade com as grandes estrelas da Associação de Heróis, é um pouco vazio. As lutas, na maioria das vezes, fazem valer a pena. É muito divertido desencadear ataques estilizados e ver esses personagens estranhos fazendo suas coisas esquisitas e caricatas ao extremo.
Depois, há o "Sistema de chegada de heróis". Esse é o outro método que a Spike Chunsoft emprega para justificar um jogo que protagoniza Saitama e não leva segundos para terminar. Os aliados chegam ao campo de batalha um tempo determinado após o início da luta. Você os vê no canto da tela, correndo de forma cômica em seu auxílio, chegando finalmente com alguma frase de efeitos e um chute no rosto do inimigo. Uma vez presentes, você pode mudar para eles e aproveitar suas muitas vantagens. Combos bem sucedidos tiram segundos do relógio de chegada, portanto, trazer um aliado inevitavelmente mais poderoso para a batalha deve ser sua prioridade.
O careca titular sempre parece estar atrasado, pois seu cronômetro é dolorosamente longo. Se Saitama estiver ao seu lado, você só precisa aguardar e resistir até que ele chegue. Se estiver contra você, sinto muito.
Quando o herói que ninguém conhece finalmente entra na arena, é como se alguém ativasse o modo Deus. Saitama é invulnerável, encontrando até o inimigo mais poderoso com um grunhido e um rosto entediado. Qualquer botão de ataque é um finalizador instantâneo, seus movimentos matadores só aumentam a comédia. Ele nem sequer recua. Este é o truque central do jogo e atinge com mérito a sua marca.
Todos estão por lá
Ao lado de Saitama, há uma lista de heróis e vilões bem vasta para enfrentar no modo versus, fora do modo principal de história do jogo. Nem todo personagem principal é presente no lançamento, o que significa que há uma DLC no horizonte. Existe uma mistura decente de modelos de estilo de luta (todos os quais podem ser aplicados ao seu herói personalizado), mas alguns são muito melhores que outros.
Pessoas versáteis, como Mumen Rider (clara sátira com Kamen Rider), têm mobilidade e poder de ataque decente, enquanto outros lutadores são lentos, mas atingem com força (como os Tank Toppers). Portadores de armas como Metal Bat e Stinger parecem ser limitados pelo alcance e velocidade das armas. Depois, existem as grandes armas como Genos, Silverfang ou Mosquito Girl, com seus ataques violentos. É uma pena e um aborrecimento que você tenha que esperar para conhecer esses personagens na jornada de seu herói antes de levá-los para a batalha, porque eles são sem dúvida o maior atrativo. Em outras partes da história principal, você pode interagir com outros jogadores nas áreas da cidade. Desafiando-os a batalhar ou apenas rindo de suas roupas insanas.
Fora do modo história
Falando nisso, as batalhas online são frenéticas e confusas. Quanto a Saitama, ele pode ser ativado ou desativado no PvP. A maioria das pessoas parece preferir a primeira opção, o que resulta em uma derrota humilhante. Há uma seleção generosa de recursos online, incluindo modos de equipe com classificação e batalhas de avatares.
Por fim, por mais rica em recursos que seja, a experiência geral de One Punch Man: A Hero Nobody Knows é de uma adaptação do anime com um gancho bem único, que é o próprio herói principal. Não parece ótimo, as arenas rodas bem, mas não possuem grande detalhamento. Há bastantes partes monótonas e ainda assim há queda de framerate em alguns momentos. A história principal é peculiar, mas repetitiva, enquanto as batalhas são incríveis, mas não têm profundidade. A IA do oponente é previsível e a dificuldade desigual, especialmente em missões onde você tem que sobreviver até que outro herói chegue. As falhas também se aplicam ao modo on-line, com o estilo de luta pesado e a adição (propositalmente) inovadora do personagem que, mesmo sendo o principal, pode ser frustrante.
Tirando todas as queixas, qualquer fã desta série vai se divertir com o que o desenvolvedor tentou fazer aqui. É genuinamente engraçado (o Lecture Man é um destaque), os personagens principais são cuidadosamente projetados e o deprimido 'herói por diversão' Saitama é de grande valor. É uma pena, portanto, que isso sofra deficiências semelhantes a outras adaptações recentes publicadas pela Bandai Namco, que parece fazer produção em massa de jogos e não aprender com os bugs ou os pedidos da comunidade.
Conclusão
Em One Punch Man: A Hero Nobody Knows, Saitama é um truque hilariante de quebra de jogo que compensa o modo single-player, mas on-line ele só leva à frustração. Em outros lugares, o modo principal da história dá muito o que fazer, mas não há muita variedade, o que acaba levando a monotonia. Os fãs vão gostar principalmente da escrita e da luta, mas os recém-chegados podem ficar frustrados.