Fernando Russo 24/03/2020

Menos PLUS ULTRA e mais LESS ULTRA

Publisher: Bandai-Namco
Developer: Byking
Gênero: Fighter (Luta)
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One, Microsoft Windows

Plus?

My Hero One's Justice 2 é o segundo jogo de luta baseado no My Hero Academia, sem dúvida um dos animes mais populares do mundo. Como o título sugere, Justice 2 é o seguimento de 2018 igualmente intitulado - e é tão morno quanto seu antecessor.

My Hero One's Justice 2 possui muitos modos diferentes, cada um deles agradável por si só, se não um pouco repetitivo às vezes. O modo História se concentra em recontar eventos recentes do anime, centrando-se nos arcos da licença provisória de herói e do Shie Hassaikai. Isso parece um pouco com uma faca de dois gumes; por um lado, é muito legal reviver esses momentos e participar de algumas batalhas verdadeiramente icônicas, mas, por outro lado, tudo parece tão recente - seria bom experimentar algum conteúdo original. O modo História oferece isso até certo ponto, dando a opção de reproduzi-lo como um vilão para obter outra perspectiva da história, mas ainda assim, tudo parece muito familiar.

Parece haver um salto real na dificuldade com o modo história, mais notavelmente quando o arco da história de Shie Hassaikai começa. Canonicamente, isso faz sentido, pois esses oponentes seriam mais poderosos, mas, na prática, é extremamente frustrante ter um pico de dificuldade tão perceptível. Talvez se este incremento tivesse sido apresentado gradualmente, causaria um impacto negativo menor.

Movimentação Heróica

Como um jogo de luta, o Justice 2 vive e morre pela jogabilidade. Os controles são bem explicados por meio de vários tutoriais nos primeiros capítulos do modo história, e pausar o jogo fornece uma visão geral dos comandos do personagem atual, o que é útil para lidar com outros heróis além de Deku, que você interpreta como nos capítulos dos tutoriais.

Carregar a barra Plus Ultra, que possui três níveis, permite que você solte um golpe especial para seu personagem, seus companheiros ou para os três, já que o jogo funciona num esquema parecidíssimo com Naruto. O jogo pede que você seja irritantemente preciso com o pressionar do botão, o que leva a muitas cobranças abusivas de jogabilidade. Chega a ser mais frustante e irritante quando você pensa que está prestes a desencadear um movimento perfeitamente cronometrado, apenas para se ver desferindo um ataque com metade do poder que estava esperando. Algumas combinações de personagens também parecem extremamente desequilibradas e, contra certos oponentes, é fácil encontrar-se preso em uma onda de ataques infindáveis - como quando lutamos contra o Inasa Yoarashi.

De outro lado, o modo missão faz com que o jogador crie sua própria agência de heróis para realizar uma série de missões. Você pode adicionar personagens à sua lista explorando a lista jogável, que oferece a opção de escolher entre heróis e vilões.

Com um mundo de lutadores dinâmicos à sua mercê, você será perdoado por pensar que o My Hero One's Justice 2 seria capaz de oferecer uma variedade ampla de lutadores, mas, na realidade, a jogabilidade é bem chatinha. Alguns personagens são certamente mais divertidos de interpretar do que outros, como os Três Grandes, mas na maioria das vezes, você mal consegue distinguir a diferença entre cada personagem e suas individualidades. Certas habilidades se traduzem muito melhor em um jogo de luta do que em outros. Por exemplo, a Himiko Toga, empunhando suas facas, está muito melhor preparada para uma briga do que o Sir Nighteye e seu carimbo. Mesmo um deles sendo um herói profissional.

Pelo menos os modos são bons... né?

Seguindo em frente, os modos de batalha e online oferecem a oportunidade para o multiplayer. A partida online é tranquila, o netcode funciona bem e não causa dores de cabeça além do imenso e claro desequilíbrio entre os personagens.

Justice 2 também oferece modos arcade e de treinamento padrão, nos quais você pode praticar suas habilidades. O modo Arcade oferece a chance de ver interações especiais entre personagens que normalmente não se falam, ou personagens que são amplamente ignorados no modo história. Um incentivo decente para explorar o modo.

Esteticamente, My Hero One's Justice 2 parece ótimo e fiel ao estilo de arte do mangá e do anime. No entanto, isso geralmente pode ser prejudicial, já que o modo de história é apresentado por meio de painéis de quadrinhos, que costumam ser longos e bastante entediantes. Mas personagens e locais parecem ter um papel, com a destruição de cenário oferecendo um truque visual legal ao longo da batalha. Esse tipo de interatividade adiciona um bom senso de profundidade a cada partida.

Qualquer luta que você completar rende moedas de herói, que podem ser usadas para explorar e adquirir personagens no modo missão ou para comprar itens para personalização, dos quais há uma infinidade. Esses itens também podem ser desbloqueados ao atender a certas condições de batalha no modo história, eles variam de manoplas especiais, a chapelaria e cosméticos variados.

Conclusão

Depois que a novidade de jogar um jogo no mundo de My Hero Academia desaparece, tudo o que resta é outro game entediantemente comum. Diferentes modos não são suficientes para destacar o título e, finalmente, o My Hero One's Justice 2 oferece uma experiência que, embora agradável, é esquecível. Esperávamos mais dessa sequência.

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