Marlos Sanuto 16/12/2016

Critica – Rogue One

“Melhor e mais bonito Star Wars do ano!!!”

By Marlos Sanuto "O presente texto não contem spoilers significativos. Mas se voce é daqueles que considera qualquer comentario uma afronta grave. Aconselho assistir o filme primeiro de depois vir se divertir aqui" O maior desafio de Rogue one é conseguir provar que o universo criado por Jorge Lucas é grandioso suficiente e se sustenta sem a presença física de Jedis. E corajosamente o diretor Gareth Edwards (Godzilla) convence com louvores! O filme, que estreiou nesta quinta (15), tem no casting uma inglêsa (Felicity Jones) e um mexicano (Diego Luna), com dois chineses (Donnie Yen e Wen Jiang), um negro (Forest Whitaker), um filho de paquistaneses (Riz Ahmed) o dinamarquês Mads Mikkelsen e o australiano Bem Mendelsohn. Uma diversidade que cada vez mais vai se tornando parte simbiótica e inseparável da franquia Star Wars. Mesma diversidade que incomoda alguns grupos extremistas. E de forma consciente ou não acaba relacionando a política intergaláctica, que sempre uma parte forte na saga, com a nossa realidade política. Alimentando debates pertinentes ao mundo de hoje. Como diversidade.Sem duvida é o filme mais corajoso da nova fase da franquia. Talvez não pela história em si. Que alias é bem simples. Ate porque, apenas se você viveu os últimos 15 anos em uma caverna do pântano de Dagobah, pra não saber a posição da trama com a história original. A coragem maior está nos pequenos conceitos e decisões criativas aprovadas por Gareth Edwards. Primeiramente a coragem de não começar com as famosas letras de Power point amareladas e o tema clássico. Obviamente ao invés de texto ele prefere mostrar a construção da personagem Jyn (felicity Jones). Até para que nós tenhamos alguma empatia pela sua motivação.Os outros rebeldes do grupo vão sendo apresentados de forma bem orgânica. Alguns personagens com posições morais bem sombrias. E faz isso sem subestimar a capacidade do bublico. Destaque para Chirrut (Donnie Yen) personagem cego que traz de volta nossa ligação com a “Força” com uma conotação religiosa. O “DareDevil oriental” faz suas orações o tempo todo, como um mantra. Quase como se sua habilidade viesse da própria “força”. E o fato de não explicar, deixa-o mais ainda em volto no mistério se ele realmente tem algum poder (certamente vai dar um bom papo de bar).O segundo ato é o mais lento. Mesmo sendo necessário como ponto de mudança de 2 ou 3 personagens, ele tem um problema de ritmo. Pode ser uma deficiência característica de Gareth Edwards também observada em Godzilla. Mas nada que tire o brilho do filme. Pensei até que talvez fosse proposital. Uma vez que o ritmo dos primeiros filmes, também é mais lento. Enfim. Salva-se pelo carisma do androide K2, que também funciona como alivio cômico. Mas é no terceiro ato que o filme brilha. Ao contrario do que eu esperava, não é um filme de assalto clássico. Onde cada um tem sua função e todos tem entrosamento e já sabem oque fazer. A direção competente frisa muito bem o sentido de urgência e todo clima de improviso. Que é motivado muito mais pela fé em algo que tem que dar certo, do que por um planejamento tático entre desconhecidos que acabaram de se esbarrar. Oque realmente proporciona momentos imprevisíveis. Mesmo (em tese) já se sabendo o que deve acontecer.Não é o melhor filme de Star Wars, até pela sua pretensão e simplicidade do roteiro. Mas me senti muito feliz em ver que uma historia sem foco nos jedis se sustenta bem. Apenas com a presença da “Força” permeando o ambiente. Posso dizer até que o diretor deixou o filme muito maior e mais denso do que sua trama sem viradas, sugeria. Todas as tomadas espaciais são gigantescas e belíssimas. Alguns podem chamar de fan services baratos, mas são tão bem feitas e respeitosas que deixam o visual do filme impecável. Tanto na tecnologia suja quanto no CGi a equipe está de parabéns. Atores inseridos digitalmente estão impecáveis. Apenas os olhos mais atentos perceberão. Não poderia deixar de falar de Darth Vader. Com 2 aparições que já valem o filme. Destaque para a segunda. E mesmo sendo ele o vilão mais conhecido e querido da história do cinema. Pela primeira vez em anos, o sentimento de horror e pânico de sua presença foi extraordinariamente representado. Feito de uma forma nunca vista, utiliza todo seu repertorio sith!

Conclusão

Mesmo com um conto simples de uma historia que é apenas mencionada na saga, o diretor G. Edward consegue deixar o filme, principalmente no visual, a altura de uma crônica de Star Wars. Mesmo com refilmagens faltando 6 meses para o lançamento, quando decidiu convocar a equipe, foi corajoso em assumir os erros. Segundo ele a filmagem com câmera na mão iria destoar muito da estética da saga. E preferiu continuar com os planos abertos. Todos belíssimo alias. Todo conceito das cidades, tecnologias mais sujas, seres exóticos. Os mesmos planetas com eco sistemas únicos, ok. Mas todos bem diferentes uns dos outros e diferentes de tudo já mostrado em outros filmes. Rogue one arrisca em muitas coisas. Arrisca em fugir do romance obvio. Arrisca mostrar coisas diferentes mas extremamente familiares à quem vive a seria a anos. É um filme que abre um caminho importante. Um spin off que não tem a necessidade de ser atrelado a historia principal. Esse confirmou que o universo é muito maior e consistente que imaginávamos. E que venha mais. Um Star Wars por ano ta pouco...

Critica

Star Wars Rogue One Disney Studios

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