Crítica – Ghost in the Shell “A Vigilante do Amanhã”

“No Mangá a Personagem Não Tem Olho Puxado. E Agora?!”
By Marlos SanutoMesmo com a polêmica do Whitewashing, a escolha de Scarlett Johansson parece ter dado muito carisma ao filme. Mas será que essa acusação realmente tem fundamento ou ela se justifica no roteiro? Fato é que esse é o filme Americano mais "Oriental" que ja vimos nos últimos anos. "O presente texto não contem spoilers"Ghost in the shell é o aclamado mangá de Masamune Shirow. De onde derivou um anime e uma série animada homônimas. O mangá foi lançado entre 1989 e 1991. Os fãs mais otakus ficaram animados com os primeiros trailers. Que não mostravam nada da história Mas com takes idênticos aos do anime ele passou uma poderosa mensagem: “Seremos uma cópia fiel do anime que vocês amam”. Isso certamente gerou uma confiança principalmente pelas produtoras orientais também estarem envolvidas. Conforme aparece nos créditos iniciais.
História
Logo na abertura nos é apresentada uma belíssima cena com o nascimento (ou renascimento) da personagem principal Mira Killian (Scarlett Johansson), também chamada “Major”,que é a primeira de sua espécie. Após um acidente a única parte de seu corpo que foi salva é seu cérebro. Que é colocada em um corpo biotecnológico. Em um mundo onde implantes ou aprimoramentos tecnológicos são comuns, o drama fica por conta dos limites dessa tecnologia. Não se discute a internet das coisas, mas sim a internet das pessoas. E todas suas implicações. A apresentação desses conceitos é feita de forma didática, e simples, mas não incomoda. Uma pena que todo o debate filosófico e implicações práticas desses conflitos fiquem preteridos por uma decisão de concentrar a história na busca do passado da Major. E substituídos por conceitos filosóficos retirados da wikipedia.
Personagens e whitewashing
Mesmo com as acusações de whitewashing, o cast foi bem escolhido e muito bem justificado nas entrelinhas. A história se concentra em Xangai. Uma cidade cosmopolita onde existe dentre outras, uma comunidade japonesa. O que justifica a presença de caucasianos, diversos negros, latinos, inclusive com diversidade de cabelos. O que no futuro parece que será um traço forte da personalidade. Destaque para uma belíssima negra com sardas que contracena com Scarlett Johansson em uma cena que é poesia pura. (uma pena parte da cena ter sido cortada)

Conclusão
O clima noir, a beleza estética das cenas vão certamente te capturar logo no início. A trilha de Clint Mansell é impecável e envolvente. Sons tribais e synths eletrônicos, fazem uma rima narrativa com o primitivo, que é nosso cerne como humanos, e a evolução a que nos submetemos. O clima de mistério que permeia ⅔ do filme, vão agradar fãs e público civil. A controvérsia está em se usar cenas emblemáticas e muito bem filmadas em um contexto diferente das originais. Alguns podem gostar outros não. Alguns buscam a mesma obra tirada no papel carbono (entreguei a idade), refeita na tela. Outros esperam os mesmos dramas e conflitos contados de forma diferente.
Critica
Ghost in the Shell "A Vigilante do Amanhã" Paramount Pictures*As opiniões retratadas acima são de inteira responsabilidade do autor do texto, não retratando a opinião do site.