Crítica – Esquadrão Suicida

A Culpa é da Tesoura?
By Marlos Sanuto "O presente texto não contem spoilers significativos. Mas se voce é daqueles que considera qualquer comentario uma afronta grave. Aconselho assistir o filme primeiro de depois vir se divertir aqui" Dirigido e roteirizado por David Ayer. Com: Will Smith, Margot Robbie, Viola Davis, Jared Leto, Common, Jai Courtney, Jay Hernandez, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Cara Delevingne, Joel Kinnaman, David Harbour, Ike Barinholtz, Alain Chanoine, Adam Beach, Karen Fukuhara, Scott Eastwood, Ezra Miller e Ben Affleck.Mesmo com a expectativa bem baixa, como faço com tudo ultimamente, eu ainda alimentava o sentimento de diversão “free”. E confesso que foi oque encontrei nos primeiros minutos do filme. Alertado pelos trailers eu já esperava o visual “malhação” mega colorido e grafitado. Confesso que não me incomodou tanto e até pensei que poderia dar certo para a molecada não tão ligada em heróis. Mas nos primeiros minutos, já vemos um medley meio desajeitado cenas de apresentação e musicas que pareciam mais preocupadas com a divulgação no spotfy. E que lançam um novo estilo de roteirizar. Ao invés de diálogos expositivos temos as “playlists expositivas”.Canções que saltam o obvio em cada personagem. E mesmo se você não esta em dia com o idioma da Rainha, não se preocupe. Em cada aparição tem uma ficha mega colorida com as principais características de cada um. Conforme a implacável Amanda Waller (Viola Davis) faz sua explanação aos superiores. Segundo ela, recrutando os “piores dentre os piores”(aonde o capitão bumerangue é o pior dos piores, mas ok). Os outros são, “o pistoleiro” (Smith), Arlequina (Robbie), Crocodilo (Akinnuoye-Agbaje), El Diablo (Hernandez) e Amarra (Beach) - Nossa... Vou nem comentar do Amarra... Só faltou uma cena de refeição de ação de graças. Minorias étnicas. Fazer oque...

Personagens
Felizmente a parte que salva o filme de alguma forma são seus protagonistas e suas cômicas interações. Will Smith se mostra dedicado ao personagem. Fez treinamento com as forças especiais como preparação, e oferece um pistoleiro muito convincente. E entrega bem quando é exigido em partes dramáticas e em cenas de ação. Detalhe para o visual “Tuninho do Diabo” em que aparece com a filha e confrontando o próprio Batman (Affleck). Que tem aparições pontuais durante flashbacks, mas é como Bruce Wayne que brilha ao confrontar Amanda Waller a altura. Viola Davis que entrega uma Waller implacável. Uma das únicas personagens que não parece estar em um filme de herói, tamanha seriedade. E que destoa, de forma positiva, das “piadocas” que surgem quando menos se espera. Mesmo em cenas dramáticas. Arlequina, com uma caracterização impecável, é sem duvida a estrela do filme ao lado do pistoleiro. A despeito de seus trajes sumários é uma personagem que usa a sedução como forma de distrair seus oponentes. E dotada de uma loucura e insanidade quase infantil. Quase um super poder.

Conclusão
O filme não é de todo ruim. E ainda foi envolvido em polemicas que mencionam que o corte final foi feito por uma empresa de marketing que faz trailers. Com objetivo de deixar o filme mais leve. E dar uma pegada mais adolescente. Eu não tenho como dizer se foi uma decisão acertada ou não pelo fato de eu ter assistido na pré-estreia, em uma sessão cheia de adolescentes que riam alto de qualquer piadinha. Alem de ler em voz alta todas as obviedades das fichas dos vilões, (quase como um mantra, oque é assustador) eles repetem as falas, sempre que alguém diz que a Arlequina é maluquinha... (Dah... ela é maluquinha mesmo dah, dah, dah...) Me parece que isso funciona muito bem com um perfil específico de jovem.E ok... Vamos La... Se você não for exigente dá pra se divertir sim. O problema é quando assiste pela segunda vez, e os problemas saltam da tela como o péssimo 3D. (outra obviedade) O esquadrão é uma equipe tática urbana e deveria enfrentar situações nesse patamar. E não desastres globais ou seres mágicos. Seria bem mais simples de ocupar o tempo de tela com missões menores, interações e diálogos. Que mesmo poucos, funcionam bem. Acho pífio para quem tinha o objetivo de ser o “guardiões da Galaxia” da DC. E não venha dizer que não era o objetivo porque mesmo não dizendo, essa foi a expectativa que plantaram. A meu ver o tom e visual estão até no caminho certo. Mas falta um roteiro forte. O Esquadão Suicida ja é uma equipe mais pesado em seu cerne. Eles não querem estar naquela situação. E todas as missões sempre tinham uma baixa. A produção não se define como comedia nem como ação. E a edição displicente, só evidencia essa indecisão.O desenho da Liga da Justiça sem limites nos provou que é possível fazer um roteiro maduro PG13. As HQs já faziam isso e fazem até hoje. E recebemos mais um filme da Warner DC que não é sucesso absoluto. A DC precisa urgentemente de um Sucesso incontestável de publico e critica. Até o momento o filme do Flash perdeu o diretor e o filme da liga passa por reformulações. Veremos se Jeff Jones, o novo responsavel pelo universo DC. Conseguirá a partir de "Mulher Maravillha", ser a voz da razão no nucleo da Warner.Warner que é como o marido que sabe que a mulher está zangada, mas não sabe bem o porque, e nem como agradar. Mas entrega flores porque “dizem” por ai, que mulheres gostam de flores... é bem por ai...Critica
Suicide Squad Warner Pictures*As opiniões retratadas abaixo são de inteira responsabilidade do autor do texto, não retratando a opinião do site.