Fernando Russo 14/07/2020

Assassin’s Creed: Syndicate – Jack the Ripper DLC

Cover
Ano

2015


Publisher

Ubisoft


Developer

Ubisoft Quebec, Ubisoft, Ubisoft Montpellier


Gênero

Action, Adventure


Plataformas

Microsoft Windows, Playstation 4, Xbox One

Nem a Rainha está a salvo

O fascínio do mal

Há um fascínio perverso por Jack, o Estripador, então não é surpresa que a Ubisoft tenha escolhido o infame serial killer como a estrela do primeiro grande pacote de expansão de Assassin's Creed: Syndicate. O assassino romantizado - retratado como uma espécie de espantalho barato, completo com sotaque e máscara de saco de pão - aparece em mais ou menos dez novas missões de história, que trouxeram Evie Frye de volta a Londres cerca de 20 anos após os eventos do jogo principal.

Tendo passado algum tempo morando na Índia, a heroína encapuzada realmente estabelece seu lugar no panteão reconhecidamente insignificante dos grandes protagonistas de Assassin's Creed neste DLC; ela é uma mulher de meia-idade com todas as rugas e imperfeições para provar isso. É muito legal ver um personagem tão único na frente de uma grande franquia - especialmente porque a Ubisoft já havia declarado que não faria protagonistas mulheres.

Até que enfim a Sra Frye

Frye aprendeu alguns novos truques durante seu tempo no exterior, o mais notável é a capacidade de causar medo em seus inimigos. A editora francesa normalmente usa esse tipo de pacote de expansão como um meio de experimentar novas mecânicas, e aqui está um sistema elaborado que permite assustar seus alvos usando bombas e uma arma de espeto. É uma ideia bastante interessante, porque oferece mais uma oportunidade para arrastar os guardas para fora de sua posição sem necessariamente matá-los - mesmo que tudo seja um pouco básico.

Essencialmente, você passará a maior parte do seu tempo simplesmente jogando bombas nas multidões para causar um pouco de aborrecimento e, em seguida, jogando um de seus inimigos no chão para que todos os que estão assistindo se retirem assustados. Os arquétipos de inimigos estúpidos e imbecis - vocês sabem - são imunes a suas palhaçadas aterrorizantes e tentam acalmar seus colegas, de modo que há pelo menos um pouco de estratégia imbuída. Você pode, por exemplo, decidir escolher os grandes brutos primeiro - ou até aluciná-los enquanto assusta todos os outros. Uma mecânica nova, bem vinda, divertida nas primeiras 20 ou 30 vezes. Depois se torna repetitivo, monótono, chato. Ainda mais se contarmos com a IA horrível dos inimigos.

Porém, as missões são realmente muito boas - talvez melhores que da campanha principal. Um leva você para um cemitério de barcos, enquanto outro envolve um pouco de trabalho de detetive, com quebra-cabeças rudimentares incorporados para mantê-lo alerta. Há também um pouco de novidade gráfica nas coisas: um texto aparece no ambiente para ajudá-lo em suas investigações, enquanto as mensagens subliminares aparecem na tela enquanto você comanda o notório assassino de prostitutas.

O Rejeitado

Jack, o Estripador - que, como sugerido, é jogável em várias missões - opera muito como Jacob e Evie, mas ele foi criado para intimidar e massacrar sua presa. Ele tem acesso às mesmas bombas de medo que Frye, mas também pode desencadear um grito de gelar o sangue, o que permite que você assuste seus inimigos com muito menos problemas. Ambos os personagens também têm a capacidade de brutalizar seus inimigos, o que essencialmente o leva a macerar o botão quadrado e a realizar QTEs de vez em nunca. Isso também, é claro, aumenta o nível de terror dos espectadores nervosos e os assusta o suficiente para mandá-los para longe, ou só correndo em círculos pelo cenário graças a IA já mencionada.

Não há nada aqui que seja particularmente original, mas em geral é bem feito. A maior parte da ação acontece em uma Whitechapel invernal, como seria de esperar, mas pelo menos três das missões adotam o formato de caixa preta do jogo principal, permitindo que você planeje sua busca e realize seu assassinato da maneira que você preferir e julgar apropriado. As missões secundárias são basicamente as mesmas, embora um novo tipo faça você envergonhar sexistas que tratam mal as prostitutas, arrastando-as pela cidade. Uma pena serem repetitivas, maçantes e com uma mecânica, não raro, falha. As vezes é mais difícil realizar a missão graças aos controles do que ao desafio imposto.

Conclusão

Após o terrível Dead Kings, a Ubisoft provou que pode criar um DLC decente com o pacote adicional de Jack the Ripper. O novo sistema de medo é uma adição nova e bem vinda, enquanto toda a campanha tem uma vibe atraente e assustadora, embora repetitiva e maçante por vezes. Os controles não sofreram nenhuma sintonia fina, então não espere que seja altamente responsivo. As missões da história são fortes e agradecemos a decisão da desenvolvedora de tornar protagonista à Evie Frye, mesmo que envelhecida, coisa que sentimos falta, grandemente, no jogo base. Se o assassino em série titular da expansão veio do inferno, chegou a hora de você mandar ele de volta para lá, como uma mulher forte e decidida.

7,5

Passou de ano!

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